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Só Para Pensar – Sergio Trombelli

O mundo está ficando louco? O Brasil também?

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Sérgio Motti Trombelli

Leitor amigo, eu pelo menos, tenho esperanças que não. Muitos de nós, seres humanos, é que estamos enlouquecendo, e aí, as ações que praticamos …

O mundo atual pode até ser considerado caótico, pois é marcado por incertezas e desafios que exigem soluções mais complexas a cada dia.

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A Teoria do Caos diz que pequenas mudanças no início de um evento podem gerar grandes mudanças no futuro, tornando qualquer sistema imprevisível. E a imprevisibilidade é o que mais nos caracteriza neste momento.

A combinação entre o dever de mudar e a impotência das respostas às questões é que nos levam à percepção de estarmos dominados pelo caos. No entanto, é preciso aprender a lidar com a incerteza e o inesperado, e a sociedade pode encontrar formas de colocar um mínimo tolerável de ordem no caos. Ordenar tudo, só Deus, no princípio, lembram-se?

Por outro lado, o desajuste social é um fenômeno complexo que afeta a harmonia e o equilíbrio social no mundo todo. A desigualdade não é um fenômeno novo, mas as formas mais avançadas do capitalismo (industrial e financeiro) resultaram numa intensificação desta maneira de ser e tratar o bem comum no mundo todo. O capitalismo está em crise.

Junto disso está a disputa territorial cuja ação, sempre nefasta, acarreta mortes e deslocamento de populações inteiras – mais de 110 milhões de pessoas já saíram de seus lares em todo o globo.

Para se ter uma ideia, os conflitos bélicos no mundo atualmente excedem o limite do suportável. Em julho deste ano, o mundo vivia cerca de 50 conflitos armados, incluindo 10 de grande escala, entre os quais a guerra da Ucrânia e a gana insaciável de Israel sobre os palestinos. Esses conflitos ocorriam em países diferentes e buscavam mais território ou poder político.

Desde o ano passado até hoje o número de mortes em combate somam aproximadamente 200 mil mortes, de acordo com os coletados por organizações internacionais e não governamentais.

E isto é insano.

Além disso, vale lembrar que as mortes por doenças, fome e outros fatores não foram ainda computadas, o que demonstra o estado crítico que vive a humanidade. Tudo isso, se não for o caos, pelos menos está nos deixando neuróticos, afinal, a violência, e todas as carências sociais não são apenas notícias, elas estão batendo à nossa porta.

E o Brasil?

Guerras não temos por aqui, mas os mortos pela ação policial aumentam. De outra parte, segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em dados divulgados em agosto de 2023, a taxa de mortalidade no trânsito brasileiro aumentou 2,3%, em acidentes com meios de transporte terrestres.

A três meses do fim do ano, o Brasil já tem mais focos de incêndio do que em todo 2023. E Lula, como falou antes, voltou a falar na ONU sobre a proteção das florestas brasileiras. Temos a maior reserva verde do mundo o que é um orgulho, mas a forma como a conservamos, não é nada digna de elogios.

Em nosso cotidiano, por outro lado, acontecem coisas que dão “pinéu” na cabeça de qualquer brasileiro. Vamos lá, só para uns poucos registros.

Em São Paulo, um instituto de pesquisa diz que Nunes tem 27%, Boulos, 24%, e Marçal, 21%. Mas, em outro instituto, no mesmo período, praticamente, da pesquisa de campo, Boulos aparece com 28,3% das intenções de voto, mais de sete pontos de vantagem para Nunes e Marçal, que estão juntos na segunda posição, com 20,9%. Não é de enlouquecer?

Afinal, uma diferença tão grande, “profissionalmente” elaborada é de enlouquecer quem tem que votar em outubro próximo. Pobre eleitor paulistano, afinal quem é quem nesta corrida eleitoral?

A grande mídia brasileira, aponta que as viagens ao exterior dão a Janja aspecto de ministra sem pasta.
Janja acompanhou o marido em Nova York. Lula compareceu a eventos da ONU. Nesta terça-feira, discursou na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Mas Janja não voou no jato presidencial. Viajou dias antes de Lula, para participar, na Universidade de Columbia, num painel sobre fome. Um tema que, no governo, é de responsabilidade do ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social). Afinal quem é o ministro da pasta?

Da mesma forma, no início de setembro, Janja foi ao Qatar para um evento sobre educação, assunto da esfera do ministro Camilo Santana. Os custos são desconhecidos.

Em julho, Janja viajou a Paris como enviada às Olimpíadas. Lula preteriu o ministro André Fufuca, dos Esportes. E o vice-presidente Geraldo Alckmin, outro substituto institucional, salpicou sua agenda de compromissos alternativos para não ser trocado pela primeira dama do país. Neste caso em especial, foi noticiado que a viagem de Janja e sua comitiva custou R$ 236 mil, aos cofres brasileiros, excluídos os seguranças, cujos valores foram sonegados.

Em São Paulo, no debate da última 2ª. feira, houve candidato expulso por desacato ao apresentador, além de briga no estúdio. Um assessor de Marçal deu um soco no marqueteiro de Nunes, o qual foi hospitalizado com sangue escorrendo pelo rosto.

Ainda na Paulicéia, os debates começaram com brincadeiras, depois passaram às gozações, daí para as ofensas, em seguida para cadeirada, e no estágio atual estamos na fase da pancadaria. Aguardemos os próximos episódios.

Até o momento, praticamente nada se sabe do planejamento dos candidatos para atender as terríveis carências desta “supercap”. A maior cidade do país, da América do Sul e uma das maiores do mundo, há fome nas franjas da cidade, mas há quem fale do teleférico!

Dá para se pensar que este país também está ficando louco, ou não?
Os problemas atuais, para nós e para maioria dos governos do mundo, exigem um piloto melhor para comandar esta imensa nave redonda pelo longo caminho do desenvolvimento.

Constatar um problema, analisar um problema e solucionar um problema são diferentes fases de um mesmo problema.

Quem tem menos perspectivas das coisas, fica no primeiro passo. Isto qualquer um pode fazer. Por exemplo, constatar a fome, o desemprego, a falta de saúde, etc. qualquer um pode constatar. Analisar as causas da constatação, já é um passo a mais. Por fim, solucionar o problema demanda capacidade, e, no caso dos políticos, precisamos de estadistas de fato. Uma espécie rara de governante, coisa que o mundo de hoje vê raramente.

E nós, os passageiros e trabalhadores que fazemos esta “bola espacial” produzir, vamos impotentes sob o comando de governantes despreparados. Alguns bem intencionados (mas só), outros, não sabendo nada de comandar, e os piores ainda, com a megalomania da grandeza e belicosidade, dando rumos violentos às coisas simples, que os cidadãos simples do mundo inteiro, desejam: simplesmente viver bem suas vidas.

Lamentavelmente, há cerca de quase um século esta espécie de comandante está em extinção. Quanto menos eles existem, mais a humanidade sofre.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão

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