Connect with us

Só Para Pensar – Sergio Trombelli

Coluna: O que merecidamente deve ser dito

Publicado

em

Banner Coluna Sergio Trombelli

Bem, há coisas que não se dizem, mas como está no título, há outras que merecidamente devem ser ditas.

Não se trata de partidarismos e nem de preferência eleitoral, porque esta coluna não faz proselitismo de candidatos, mas no que diz respeito à conduta humana, há momentos em que não podemos calar, seja em relação um cidadão comum, a um Presidente e até a um Papa.

Leia também: Cansei – Coluna Só Para Pensar

O filho de Bruno Covas, Tomás Covas, chamou o Presidente Bolsonaro de “Covarde, que nunca saberá o que é o amor” Está aí uma coisa que foi merecidamente dita.

Num pronunciamento do Presidente, depois de ofender o governador de São Paulo, João Dória, por ter ido a Miami, e este sim, merecia a crítica presidencial por ter saído do país durante a pandemia, o presidente extrapolou sua verve de modo injustificável e fez referências a Bruno de maneira profundamente mal educada.
Referir-se com desprezo a alguém que não pode mais se defender é de fato uma covardia, e o resultado foi a merecida resposta de um menino de 15 anos.

“O outro lá que morreu”, esta foi a forma como o presidente se referiu ao Prefeito Bruno Covas, que faleceu aos 41 anos, vítima de um câncer. Citar assim o prefeito da maior capital do país, após sua morte, é inaceitável.

O Wikipédia, a respeito de Bruno Covas, registra “que foi um advogado, economista e político brasileiro. Foi prefeito da cidade de São Paulo entre 6 de abril de 2018 e 16 de maio de 2021, quando morreu em decorrência de um câncer que o acometeu.

Era formado em direito pela Universidade de São Paulo e em economia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Entre outros cargos, foi deputado estadual, secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo, presidente do Juventude do PSDB e deputado federal.

Em 2015, foi sub-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras e membro da Comissão Especial da Maioridade Penal. Em outubro de 2016 foi eleito vice-prefeito da cidade de São Paulo, na chapa de João Doria, assumindo a prefeitura em 6 de abril de 2018, em razão da renúncia de Doria.

Em 2020, Covas foi reeleito prefeito de São Paulo, tendo conseguido o feito inédito de vencer em todos os distritos eleitorais da cidade no primeiro turno.” Uma carreira política invejável.
Teve um filho chamado Tomás Covas Lopes, com sua ex-mulher Karen Ichiba. Tomás desde pequeno participava de campanhas eleitorais de seu pai, por gostar de política.

Desde 2019, Covas lutava contra o câncer no sistema digestivo com metástase nos ossos e no fígado.

Seu filho Tomás, sempre o acompanhou e as matérias e fotos de jornais mostraram isso amplamente. Todos, ao longo do tempo, viram o sofrimento daquele menino, e mais que isso, viram o amor que havia entre pai e filho, principalmente quando a doença se agravava e Bruno trabalhava, quer na prefeitura, quer no quarto do hospital, seu Tomás estava presente.

Com certeza, esta presença foi um bálsamo e um incentivo à vida, fato que Bruno aproveitou merecidamente enquanto pôde. Este quadro, jamais poderia ser conspurcado com palavras que desmerecessem a sua memória.

Contudo, de cima da irreverência dos adolescentes, Tomás não se calou e mesmo sendo um jovem, e profundamente menos poderoso – se é que podemos dizer assim – do que um Presidente, mas com a fortaleza de filho e companheiro do pai falecido, ele veio a público e mostrou que o amor é algo com que não se deve mexer, e com altivez enfrentou a pessoa mais poderosa do nosso país, chamando-o de “covarde”.

Fica aqui um exemplo que merece ser reverenciado, afinal sair em defesa do pai, a quem amava, num embate tão desigual, é digno de louvor.

De cara, nesse embate torço pelo garoto.

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário
Pós Graduado em Comunicação e palestrante

VERSÃO IMPRESSA
Advertisement
Advertisement
Advertisement
Advertisement
Advertisement
Advertisement
Advertisement

NOSSOS COLUNISTAS

Advertisement
Advertisement
Advertisement