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novembro

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O ser humano é quem dignifica o trabalho

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Existem ditados populares que servem de orientação às nossas vidas, os quais usamos em situações cotidianas correntemente. Mas, por quê “o ser humano é quem dignifica o trabalho”?

Alguns dos mais comuns valem lembrar: “Deus ajuda a quem cedo madruga”, “Nem oito, nem oitenta”, “Filho de peixe, peixinho é”, “De grão em grão, a galinha enche o papo”, “Cada macaco no seu galho”, “Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, enfim, são inúmeros, os quais, se ditos em horas certas, por si sós, bastam para entender uma situação seja ela qual for, afinal, “Para bom entendedor, meia palavra basta”.

— Leia também: Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo

Durante muito tempo, na sociedade brasileira e em outros países esparramados pelo mundo, pessoas da nobreza não trabalhavam, porque era um desprestígio. Quem fazia o trabalho, principalmente braçal, eram as pessoas mais pobres, ignorantes, ou os escravos que existiram em nosso país, numa das mais vergonhosas páginas de nossa história.

Para serviços específicos, haviam os mestres: mestre armeiro fazia armas, ourives fazia joias, sapateiros, costureiras, enfim os trabalhos que não eram os braçais, além das altas profissões como médicos e engenheiros, por exemplo.

O trabalho dignifica

Aí, surgiu um ditado, cuja finalidade era quebrar esta forma de pensar e agir, trazendo mais dignidade ao ser humano que realizava um trabalho qualquer: “O trabalho dignifica o homem”, isto é, trabalhar é digno, é meritório e com o tempo, trabalhar se tornou uma obrigação a qualquer cidadão de bem, fosse qual fosse a sua classe social.

Contudo, sem ter a pretensão de criar um novo ditado popular, prefiro inverter a ordem deste último ditado acima e dizer que “ O ser humano é que dignifica trabalho”, e, no mundo atual, há nisso uma lógica muito grande, basta ver o que as pessoas fazem com o trabalho que executam.

Os políticos, por exemplo, muitos não dignificam o trabalho de representar o povo que os elegeu, o empresário corrupto, o professor que “mata” as aulas, o posto que adultera a gasolina, enfim, no fazer do seu trabalho há os que deixam de dignificar aquilo que fazem, e perdem a sua própria dignidade.

Por que estou dizendo isso? Simples, porque nestes últimos tempos temos visto uma pessoa, um brasileiro digno de exemplo que dignifica aquilo que faz. Refiro-me ao Presidente da Anvisa  (Agência de Vigilância Sanitária do Brasil) Antônio Barra Torres. Formado em medicina pela Fundação Técnico-Educacional Souza Marques ele fez residência em cirurgia vascular no Hospital Naval Marcílio Dias.

Ingressou na Marinha em 1987 e chegou ao posto de contra-almirante, o terceiro mais alto da corporação, em 2015. Como civil, foi instrutor na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (RJ). Como militar, foi diretor do Centro de Perícias Médicas da Marinha e do Centro Médico Assistencial da Marinha.

Todos estes títulos e ações exercidas por ele não são apenas o que o dignifica, mas sim a sua conduta como presidente da Anvisa, neste momento trágico do nosso país e do mundo, quando o conhecimento, o discernimento, dignidade e retidão de conduta e capacidade são requeridos de todos aqueles que podem fazer desta pátria um lugar melhor, sobretudo quando se trata de proteger nosso povo.

Fachada do edifício sede da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O exemplo

Sua postura, sua certeza ao falar, suas ideias, sua retidão, conhecimento médico e sua dignidade deram à Anvisa a respeitabilidade que ela merece ter, aliás, já tinha antes e o atual governo federal, tentou macular inclusive com um Deputado que exerce liderança no governo que, num arroubo indigno, quando desejava algo duvidoso da agência disse “Vou enquadrar a Anvisa”. Não enquadrou, ao contrário, é um dos denunciados pela CPI e pode, ele, ser o enquadrado caso a CPI seja levada a sério no Brasil.

Barra Torres não se intimidou com ameaças, sejam de onde estavam vindo. Protegeu sua equipe exemplar de trabalho. Assim, exerce sua função de presidente e médico com tamanha nobreza que encanta os brasileiros isentos de partidarismo, mas verdadeiros brasileiros que amam este país, sentem orgulho ao dizer que o presidente da Anvisa é o Dr. Barra Torres.

Por isso é que acho ser de direito dizer que “O homem é quem dignifica o trabalho”, afinal aqueles que são efetivamente cônscios de suas obrigações e retos na conduta, dando o melhor de si fazem o exemplo que a maioria dos indignos profissionais do nosso país deveriam seguir.

Parabéns, Contra-almirante, Dr. Barra Torres.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante

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