Fala galera louca por churrasco, eu sou o Paizão e este aqui é sim o nosso querido Canal Barbaecue, diferente do YouTube na sua forma de falar com vocês, porém com a mesma essência e paixão, continuamos loucos por churrasco.
»» Leia também: Coluna do Paizão: Gosta de bons momentos ao redor da brasa?
E por falar em churrasco, hoje gostaria de falar sobre um detalhe que muitas das vezes passa despercebido, mas tem total influência na forma como vivemos e cultuamos nossos preparos culinários e a forma de comer. Antes, gostaria de explicar que além deste prazeroso momento que temos semanalmente aqui no Jornal A Estância de Guarujá, também escrevo para uma Revista Alemã de churrasco, a Fire&Food, nas redes sociais, @bbqmagazine.
Resumidamente para explicar minha chegada a Fire&Food, durante minha viagem à Romênia, para o Grillfest BBQ em 2024, um dos maiores festivais de churrasco da Europa, tive o prazer de conhecer a revista e me apaixonar instantaneamente, voltando para o Brasil, estabelecemos contato e de lá pra cá já são dois artigos falando sobre nossa maior paixão.
Nestes dois últimos artigos pude falar sobre a nossa Rainha do Churrasco Brasileiro, a Picanha e em seguida, escrevi sobre o berço do nosso churrasco, o Fogo de chão. A ideia desta coluna na europa é de disseminar não apenas o trivial, o comum, mas mostrar ao mundo nosso Churrasco Brasileiro em sua essência, além de suas principais receitas, histórias, seus principais protagonistas e tudo que o envolve.
Num editorial recente, fui citado ainda no primeiro parágrafo pelo Editor-Chefe da Revista, o senhor Elmar Fetscher, detalhe este que me fez pensar muito sobre as formas como temos colocado nossa comida à mesa, em suas palavras ele ressalta “nosso colega brasileiro Paizão me fez pensar com seu emocionante artigo sobre o Fogo de Chão”, e em seguida, “Ele descreve o grelhar na sua forma mais original.
Ele relata o significado espiritual do fogo e da preparação comunitária de grelhados, que foi transmitido inalterado ao longo dos séculos.”. Me senti lisonjeado com suas palavras. E arrisco reafirmar que o fogo não aceita
pressa, o churrasco é um ritual que exige respeito ao tempo da brasa, da carne e da conversa ao redor da mesa.
Ele é criador de memórias e sabores, tem sido papel principal para a nossa existência, resumidamente foram estas, algumas das palavras que ecoaram entre leitores alemães apaixonados pelo bom assado. A repercussão me fez lembrar de um pensamento que certa vez li na internet e desconheço o autor, “Quem acelera o tempo da vida perde o sabor da existência.”.
O paralelo entre o pensamento e a tradição do churrasco é inevitável. Vivemos tempos onde tudo precisa ser rápido, instantâneo, entregue no menor prazo possível. Mas o fogo que transforma cortes crus em experiências gastronômicas inesquecíveis não se curva à pressa humana, especialmente no Fogo de Chão que muitas das vezes leva em torno de 10 horas para ir ao prato.
O churrasco é um convite à paciência, um exercício de contemplação e um lembrete de que, assim como na vida, certas coisas não podem ser apressadas sem prejuízo do sabor. Na Alemanha, país onde a precisão e a eficiência são marcas registradas, essa citação causou um impacto significativo. Afinal, mesmo em uma sociedade conhecida por sua pontualidade, há uma valorização do tempo correto para cada coisa.
A conexão com as palavras nos leva a refletir sobre o que estamos perdendo ao apressarmos tudo. No final, o churrasco vai além da comida, é um evento social, uma desculpa para reunir amigos e familiares, uma pausa na correria da vida para simplesmente estar presente.
No momento em que o braseiro é aceso, o tempo assume um ritmo diferente, menos ansioso, mais humano. Se há uma lição a ser tirada dessa relação entre uma citação minha e este texto, é que o churrasco, como a vida, deve ser vivido no tempo certo. Nem lento demais a ponto de perdermos oportunidades, nem rápido ao ponto de não apreciarmos os momentos.

Foto: DR Moura/Shutterstock
A brasa ensina, o fogo molda e a carne, no ponto certo, seja lá qual for o de sua preferência, recompensa aqueles que souberam esperar. Nos vemos na próxima edição, com mais fumaça boa e carne ao ponto, pra menos
pelo menos!
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Rodrigo ‘Paizão/Barbaecue’
é jornalista e criador de conteúdo digital com mais de 191mil inscritos em seu canal no youtube e mais de 70 mil seguidores em suas redes sociais.
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