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OMS descarta lockdowns globais em meio à emergência de mpox

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Após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a mpox como uma emergência de saúde pública de importância internacional, rumores sobre novos lockdowns massivos surgiram nas redes sociais. No entanto, a OMS não recomendou isolamento social em massa para conter a transmissão da doença, diferentemente do que ocorreu durante a pandemia de covid-19.

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Em 14 de agosto, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou a emergência global por mpox através de um vídeo no canal oficial da entidade no YouTube. Durante os 53 minutos de duração, Tedros não mencionou lockdowns como medida necessária para controlar o surto. Ele enfatizou a importância de uma resposta coordenada para conter a disseminação da doença, especialmente após a identificação de uma nova variante na República Democrática do Congo, que já se espalhou para países vizinhos.

Dois dias após a declaração, com a confirmação de um caso da nova variante na Suécia, Tedros reforçou a necessidade de vigilância global e colaboração entre os países, sem citar o uso de lockdowns como estratégia. Em sua rede social X, ele encorajou os países a ampliarem a vigilância, compartilharem dados e aplicarem lições aprendidas em crises anteriores.

Na segunda-feira (19), a OMS divulgou uma série de recomendações temporárias para países afetados por surtos de mpox, como a melhoria da coordenação das respostas em níveis local e nacional, e o envolvimento de organizações humanitárias em áreas vulneráveis. A OMS também destacou a importância de expandir o acesso a diagnósticos precisos, apoiar pacientes com cuidados clínicos e psicossociais, e estabelecer colaborações para a vigilância em áreas de fronteira. Entretanto, a entidade alertou contra o uso desnecessário de restrições gerais a viagens e comércio.

Mpox e Covid-19: diferenças e cuidados

Nesta terça-feira (20), Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, ressaltou que a mpox, apesar das preocupações, não representa uma nova pandemia como a covid-19. Ele destacou que a transmissão ocorre principalmente por contato direto com lesões na pele, e que o continente europeu já sabe como controlar a doença.

Brasil reforça vigilância contra mpox

No Brasil, o Ministério da Saúde ativou, na última quinta-feira (15), um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para monitorar e responder à mpox. Desde a primeira emergência de 2022, a vigilância da doença permaneceu como prioridade, e a pasta está atualizando as recomendações e o plano de contingência. Além disso, negociações para a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra mpox estão em andamento com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou a importância da vigilância contínua e destacou que a vacinação, até o momento, é seletiva e focada em públicos específicos. A secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, acrescentou que o Brasil está no nível 1 de alerta, com cenário de normalidade para mpox e sem casos da nova variante.

O último óbito pela doença no Brasil foi registrado em abril de 2023, e o país continua atento à evolução global da mpox.

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