Guarujá em Foco
Operação da PM em Guarujá é a 3ª mais letal da história
Polícia Militar prendeu 84 pessoas em seis dias de Operação Escudo, entre 28 de julho e 2 de agosto. Deste total, 54 foram presos em flagrante e 30 foragidos da Justiça, capturados.
Da Redação
A Polícia Militar prendeu 84 pessoas em seis dias de Operação Escudo, entre 28 de julho e 2 de agosto. Deste total, 54 foram presos em flagrante e 30 foragidos da Justiça, capturados. Além disso, quatro adolescentes foram apreendidos.
Outras 16 pessoas foram mortas em confrontos: 12 em Guarujá e 04 em Santos, mas operação segue até o final do mês. Não foi informado qual a participação dos mortos no assassinato de Patrick Bastos Reis e nem se eles tiveram participação em outros crimes.
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No entanto, o número de mortes chama a atenção e já se tornou uma das mais letais na história do estado de São Paulo, superando em número de mortos diversas operações anteriores, inclusive o “Massacre do Carandiru” e a “Operação Castelinho”.
A operação “Escudo” é uma resposta da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo à morte à tiros de um policial das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), o soldado Patrick Bastos Reis, durante patrulhamento em uma rua da Vila Júlia, em Guarujá, na noite da última quinta-feira (28/7).
Cerca de 600 agentes desceram a Serra do Mar em uma verdadeira manobra de guerra, com dezenas de viaturas patrulhando as comunidades da cidade na busca por informações. Os policiais conseguiram identificar todos os criminosos que participaram da morte do policial.
O último envolvido foi preso na madrugada de quarta-feira (2). A operação segue para sufocar o tráfico de drogas e desarticular o crime organizado, que possui grande atuação na Baixada Santista.
A Secretaria de Segurança pública do estado de São Paulo, que comanda as ações, esclarece em nota que “todas as ocorrências com morte durante a operação foram resultado da ação dos criminosos, que optam pelo confronto”.
Operação é ampliada
As ações policiais na cidade se estenderam à cidades vizinhas. Em Santos, dois policiais foram baleados à luz do dia por criminosos incomodados com a presença maciça da polícia na região e seus desdobramentos para o crime organizado. Uma policial foi baleada pelas costas no bairro Campo Grande quando fazia patrulhamento.
Após o crime, os criminosos fugiram em direção ao morro São Bento. Lá, atacaram uma viatura do BAEP e balearam outro policial, atingido com um tiro na perna. Na troca de tiros um dos criminosos foi baleado e morreu; outros dois foram presos.
Os policiais foram hospitalizados e, não correm risco de morte.
Apreensões
Até a quarta-feira (1) foram apreendidas 21 armas, entre pistolas e fuzis. Nestes sete dias de operações, a polícia vistoriou 2.155 automóveis, dos quais 152 foram removidos, e 1.143 motocicletas, das quais 117 foram recolhidas. Dez veículos com queixa de furto ou roubo foram localizados.
Também foram apreendidas drogas, munições e equipamentos de tráfico no morro do bairro Vila Júlia, onde o soldado Reis, foi morto. O secretário de Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, compartilhou imagens da operação nas redes sociais, onde mostram equipes policiais em terreno íngreme de mata, revelando sacolas plásticas contendo drogas enterradas, além de munições, carregadores e rádios-comunicadores.
Manifestação por Direitos Humanos
O número de mortes e a alegada truculência da polícia motivou parentes e amigos das pessoas mortas nos confrontos a realizarem uma manifestação na quarta-feira (2/8), em Vicente de Carvalho, com apoio de associações que defendem os direitos humanos.
Mais de 150 pessoas estiveram reunidas na Praça 14 Bis com cartazes contra a violência dos policiais infligida às pessoas das comunidades, afirmando que a polícia não fez uma operação, mas uma ‘chacina’.
Eles denunciam que policiais invadiram casas e executaram pessoas não envolvidas na morte do PM, gerando um clima de tensão nas comunidades, e reforçam a importância de usar a inteligência policial e prender os suspeitos, em vez de aplicar medidas violentas e letais.
Na segunda-feira, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) negou denúncias de tortura e execuções nas ações que levaram às oito mortes contabilizadas até então em Guarujá. Na ocasião, ele também anunciou que a operação deve continuar até 28 de agosto.
Sobre os excessos da força policial denunciados por moradores, o Ministério Público de São Paulo solicitou acesso às imagens das câmeras dos policiais envolvidos nas mortes, e o secretário da Segurança Pública afirmou que essas gravações estarão disponíveis quando requisitadas pelo Poder Judiciário ou pelo Ministério Público, para possível uso em investigações.
“Por determinação da própria SSP, todos os casos desse tipo são minuciosamente investigados pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Santos e pela Polícia Militar, por meio de Inquérito Policial Militar (IPM). As imagens das câmeras corporais serão anexadas aos inquéritos em curso e estão disponíveis para consulta irrestrita pelo Ministério Público, Poder Judiciário e a Corregedoria da PM”, assegura a Governo.
População quer paz para ir e vir
Apesar de manifestações em contrário, a população de Guarujá não apenas apoia a operação, como torce para que ela se estenda após o final do prazo anunciado pelo governador. Nos últimos anos a escalada da violência atingiu níveis alarmantes, levando terror e medo a moradores e turistas.
Entre as ocorrências, destacam-se assaltos a bancos com uso de armamento de alto calibre e explosivos, latrocínios, assaltos ao comércio, empresários reféns, entre outras ocorrências aos cidadãos nas orlas das praias. A sociedade quer e pede Paz para viver com segurança que lhe é de direito.
Defensoria pede interrupção da Operação Escudo
A Defensoria Pública de São Paulo solicitou a interrupção imediata da operação policial em Guarujá em ofício enviado à Secretaria de Segurança Pública (SSP) na quarta-feira (2).
O órgão também pede que os PMs envolvidos em mortes sejam temporariamente afastados das ruas. Na quarta-feira (2), a ação foi estendida a Santos após ataques de criminosos contra policiais na cidade.
Até agora, ações policiais nas duas cidades resultaram na morte de 16 pessoas.
No pedido de interrupção, a Defensoria Pública também diz que, caso haja alguma excepcionalidade que justifique a continuidade da operação, o governo do estado deve solicitá-lo por escrito ao Ministério Público (MP), identificando os responsáveis pelo comando da operação.
O órgão também solicita que haja cuidado com a preservação de provas e que sejam utilizadas câmeras corporais no uniforme de todos os agentes da Polícia Militar (PM) em ação.
Suspeitos da morte do policial estão presos
A Polícia Civil encerrou nesta quarta-feira (2), a investigação sobre a morte do policial Patrick Bastos Reis, da ROTA, durante um patrulhamento em comunidade do Guarujá. Segundo o delegado Antonio Sucupira Neto, três indivíduos presentes na cena do crime já foram identificados e desses, dois estão presos.
São eles: Kauã, o olheiro e irmão de Erickson David da Silva, conhecido como ‘Deivinho’, acusado de ser o atirador, e outro suspeito identificado por “Mazaropi”. A polícia também apreendeu uma arma de fogo calibre 9 mm que teria sido utilizada
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