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Estância do Leitor

Opinião – Em defesa da democracia, sempre

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Sempre defendemos neste espaço o direito de manifestação de grupos de um lado e de outro. Isso é nosso direito constitucional e serve a todas as causas indistintamente, democraticamente. São 74 anos do Estância e tanto a democracia, quanto a ditadura, deixaram marcas em nossa história.

É por esse legado que não podemos admitir a validade da invasão de manifestantes ‘pró intervenção’ – militar ou divina dependendo do manifestante inquirido sobre o fato, aos três poderes da República, seguida de baderna e destruição criminosa nas instalações dos prédios.

Os atos de domingo, 08 de janeiro de 2023, serão mais um triste capítulo na história do Brasil. Uma ação irresponsável, sem causa válida constitucionalmente falando, e que nos coloca em posição antagônica frente a nossos irmãos brasileiros, em uma guerra ideológica fomentada por meio de postagens em redes sociais, e aplicativos de mensagens.

O mais incrível é que estas pessoas são lideradas por pessoas geralmente desconhecidas, absolutamente sem expressão popular e sem legitimidade sobre o assunto, mas que são manipuladas por agentes ocultos e poderosos, para criar o caos ora instalado no País.

Essa turba que protagonizou os atos do último domingo em Brasília não defende a Constituição de 1988, nem a Pátria que construímos e vivemos neste início do século 21. Não honra a nossa história pela conquista da democracia e não representa grande parte dos indivíduos da nação.

É fato que nem todas as pessoas presentes à manifestação promoveram a depredação, mas não seria um apoio todas as transmissões ao vivo para as redes sociais da internet exaltando os atos, desde a quebradeira de vidros ao ato escatológico (sic)? A manifestação com o objetivo de ‘tomada do poder pelo povo’ foi um tremendo fracasso, um vexame tupiniquim. Foi mais uma exaltação ao ato fracassado realizado por ‘trumpistas’ nos Estados Unidos no Caso Capitólio, do que inspirado pelos ideais de liberdade dos franceses da Bastilha.

Após o episódio, teremos mais esse passivo para administrar, seja na economia, nas relações institucionais, sociais e políticas, e até nas internacionais. Por isso, não se trata de defesa de um lado, mas de um todo, de um regime democrático para todos os brasileiros, de uma defesa aos poderes constituídos, que estão longe de serem ideais e perfeitos, mas que são nossos e permanecerão a nosso serviço independente do líder que ocupar seu lugar de decisão e poder.

Nosso país tem leis e inúmeros mecanismos para melhorar a aplicação dessas leis. E o caminho é a defesa do nosso Estado Democrático de Direito. Sempre, independente das cores ideológicas.

Viva a Democracia e às Instituições Brasileiras: Executivo, Legislativo, Judiciário e a democracia política.

Karina Mingarelli
Editora

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