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Só Para Pensar – Sergio Trombelli

Os mesmos, em outra roupa

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Sérgio Motti Trombelli

Um dos atores de maior prestígio nos EUA foi John Wayne. Símbolo do patriotismo americano, fez história, tanto que um político da terra do Tio San disse certa vez que “ Os EUA precisam de mais John Waynes”.

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Um homem alto, corpulento, com olhar até bondoso, mas enfurecido, era o herói que todo americano comum desejava ser.

Contudo, não foi um ator brilhante. Embora tivesse feito muitos filmes, recebeu um Oscar, não pelo desempenho em um filme mas, sim, pelo “conjunto da obra” como se diz.

O mais interessante nele é que ele era sempre o mesmo John Wayne, fosse qual fosse o papel, isto é, sendo caubói, um cidadã moderno, ou um soldado de farda do exército americano, ele era sempre igual. Sua performance, seu jeito de ser, sua fala, em outras palavras, apenas mudava de roupa.

Curiosamente aqui no Brasil vivemos algo parecido. Não importa a roupa que vestem, há políticos que são sempre os mesmos, e nunca deixam de ser “Ah, aquele lá? Eu sabia”.

Na vida, assumidos papéis variados, e em cada um destes papéis desempenhamos funções, as quais estão intimamente ligadas às exigências do papel respectivo.

Assim, um deputado tem um papel diferente de um senador; um senador, de um governador; um ex-governador é diferente de um ministro e assim vai. Afinal, cada cargo exige um comportamento apropriado à função a qual se exerce.

Mas não, neste “patropi”, que foi e continua sendo aquilo que foi e será assim eternamente. Aliás, é para isso que os mesmos são chamados, porque são exatamente os mesmos previsíveis e como tal são confiáveis ao propósito da administração pública, que deseja esses mesmos para uma mesma política, para um mesmo país. E nada muda.

Com isso, nós também acabamos sendo os mesmos, mas não porque queremos, e sim porque não nos deixaram ser diferentes. Corrigindo, não nos deixam ser mais e melhores.

De vez em quando, surge uma mudança num dos mesmos, usando uma outra roupa. Aleluia! E aquele que exercia uma postura contumaz frente aos mesmos brasileiros, resolve ser um paladino internacional.
Num arrebatamento, acaba querendo duelar com os “indultáveis” (creio que nem existe a palavra), e aí chama para combate, nada mais, nada menos do que um Elon Musk da vida.

Xiiiiii …

A imprensa brasileira puxa-saco brada em alto e bom som que a soberania nacional não pode ser tomada por ninguém, Verdade, concordo plenamente, e bato palmas. Contudo se ninguém pode tomar o país para si, quem a seu prazer abre as entranhas da Pátria para os duelos perigosos deve ser mais moderado, mais humilde, afinal ao chamar para si num rompante pode acabar levando o país para onde?

Por outro lado, a imprensa internacional que não é tão verde-amarela assim, estampa manchetes, matérias e análises totalmente contrárias a nós, afinal, duelar com quem tem 2 mil satélites em órbita, sendo que temos uns 30 apenas, é como se a Somália, o país mais pobre do mundo, segundo os dados do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) , divulgado pelo Programa das Nações Unidas, conforme publicação do Jornal Valor, chamasse para um duelo os EUA, por exemplo.

Finalizando, com papel timbrado, promulgamos um oficial “En garde! Prêt? Allez!” (Em guarda! Prontos? Comecem). Está feito, agora o que será, só Deus pode dizer. O breve recuo do X não significa que a luta acabou por parte das empresas de Elon. Há que se esperar pra ver.

Mas como nosso país é a terra do jeitinho, e existe um brocardo à solta por aí, dizendo que Deus é brasileiro, quedemos boquiabertos e esperançosos.
E … que vença o melhor.

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão.

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