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Paz
É incrível como uma palavra tão pequena seja tão grande na vida das pessoas, dos países. No fundo, todos queremos paz.
No convício familiar, no dia a dia, pelas ruas, no trabalho, naquele domingo depois de um almoço delicioso com amigos ou familiares. Queremos paz também nas escolas, na vida, entre os países que teimam em ficar em guerra jogando na lata de lixo da história uma palavra com um conceito tão profundo.
Paz tem um fundamento religioso, é verdade, afinal Jesus aconselhou “paz na Terra aos homens de Boa Vontade”. E eis que, em alguns momentos, no aconselhamento divino a paz sai da frase bíblica para lá deixar o que de mais insano existe no livre-arbítrio: os homens e a boa vontade.
— leia também: Cristo vai voltar ou nunca foi embora?
Em recente entrevista, o presidente da Ucrânia por várias e várias vezes se referiu à paz e o, mais surpreendente, se referiu a Lula como um possível chefe de estado que pode mediar o conflito em busca da paz.
Alguns analistas fazem conjecturas que estas viagens que nosso presidente tem feito pelo mundo e seu constante discurso sobre a paz entre a Rússia e a Ucrânia tem a ver com um sonho acalentado do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, de, pelo, menos, ser indicado ao Nobel da Paz. Um Henry Kissinger latino americano.
De fato, a paz é uma coisa que para ser conquistada precisa de muitas mãos, de muitas, vozes, de muitas cabeças e muita boa vontade, por isso, ela é fácil de ser quebrada – basta num lunático iniciar uma guerra – e tudo se torna difícil de que ser conquistada a paz novamente.
Paz é sempre paz. Não é adjetivada, nem localizada num local e num tempo.
Assim, essa mesma paz é a que nesta semana vimos sumir em nossa cidade. A violência se instaurou. O bem e o mal se confrontaram e todos os lados acabaram perdendo, e ainda estão contando seus débitos em valores de vida. Neste balanço, uns com mais crédito, outros com mais prejuízo.
Contudo, todos os esforços que atuam em torno da paz, raramente se importam com a fé, a crença em uma doutrina, seja qual for. As palavras do Evangelho não contam muito quando os interesses prevalecem.
E isto é uma pena, porque bastaria a boa vontade, a compreensão, a busca do bem prevalecer nas discussões e condutas humanas para que realmente a paz fosse possível.
Sérgio Motti Trombelli é
professor universitário e palestrante
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