A despeito do que o marketing pode fazer dentro da política, há, sem dúvida, um momento em que, sejam quais forem as fórmulas mágicas dos senhores marqueteiros, nada adianta; eles não conseguem superar os desafios.
Esse momento ocorre exatamente quando o governo fica frente a frente com algo insuperável: a realidade. E o que vemos de real hoje é que o país está penalizando o brasileiro.
Há um dito popular que diz: “Na casa onde falta o pão, todos gritam sem razão”. A cada dia, na casa dos brasileiros, o pão fica mais escasso e, em muitos lugares onde já andava em falta, agora tende a desaparecer.
Podem mudar as peças governamentais, trocar ministros, levantar um paredão de fumaça, querendo trazer alento com o já cansado discurso do “Agora vai” ou “Tudo vai mudar daqui para frente”, além de outras falas pirotécnicas sem consistência alguma.
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A realidade se impõe sobre as narrativas, ainda mais as mentirosas, e o que vemos é um governo que não está bem na foto. Vamos lá, sem eufemismos: o governo está pessimamente na foto.
O custo de vida assola o brasileiro. Os produtos nos supermercados assustam de semana em semana pelo aumento de tudo. Picanha? Que nada! Nem ovo mais, nem café, muito menos a “cervejinha” que nos foi prometida.
A apatia governamental imobiliza as ações, e parece que, desgovernado, o Brasil desce a ladeira, como diz a canção.
A péssima imagem causada pelos gastos pessoais da presidência, os excessos da primeira-dama, o contraste na destinação de verbas e a excessiva preocupação em manter as emendas parlamentares para atender aos interesses dos senhores deputados federais e senadores mostram que o povo está no seu ponto de exaustão.
Com tudo o que vemos acontecer, as notícias nos dão conta de que “Ministro tal do STF bloqueou emendas”, “Emendas podem ser desbloqueadas se…”, “Deputados acham nova fórmula para emendas”.
Tudo isso em meio a uma carência desenfreada de tudo no país, junto a uma preocupação com 2026: quem serão os candidatos, quem poderá se candidatar e quem não poderá. Pergunto: e hoje, como vai ficar? Quem nos acode?
Enquanto isso, o país tem fome. As pesquisas da General Quest desta semana mostram um Lula em queda a uma velocidade antes nunca vista.
Será que a assessoria do presidente “emburreceu”? Eles querem que Lula saia pelo país fazendo discursos e falando dos projetos do governo, cujo resultado é a situação em que se encontra o custo de vida?
Abram os olhos pelo menos uma vez! Não dá para ver que, na outra ponta, o lado do povo em geral, todos lutam para manter seus empregos e, sobretudo, para produzir riquezas para que o país continue sendo viável?
O Brasil se segura no suor do trabalhador, contrastando com o sorriso dos aquinhoados pelo dinheiro que é do povo, enquanto ele vai escorrendo para as emendas parlamentares.
Até quando?
Contudo, não basta perguntarmos o já perguntado e continuarmos com o silêncio do nunca respondido.
Chega! Não dá mais para enganar ninguém. Lá no interior da minha terra, há um ditado que diz: “Quem não sabe, deixa”, e eu creio que se aplica aqui, neste momento. De fato, poucos sabem, e muitos são totalmente obtusos para sanar esta crise.
Então, deixa, por favor, pelo bem de todos, pelo bem do Brasil.
Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão.
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