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Quanto mais… pior
Lá do Oriente Médio, chegam mais notícias. Hezbollah, Iran, Iraque, e sabe-se mais quantos outros se preparam para entrar na guerra.
Curioso, países se juntam para a destruição (sem saber lá de quem) mas raramente se juntam para a construção de soluções para a paz.
O Hamas e Israel, ambos desejando que outro deixe de existir, fazem com que a população mundial sem preocupe com eles, enquanto eles mesmos não estão tão preocupados assim. Afinal “vamos lá, temos foguetes, navios, aviões, soldados, então, vamos ver quem pode mais”.
Dizem os estudiosos que bombas custam 100 mil dólares cada. Os aviões que as soltam, custam 100 milhões cada. Tudo isso para matar pessoas que vivem com 1 dólar por dia cada. É muita grana para destruir, quando a construção seria mais barato.
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Neste contexto todo, há uma preocupação de que o conflito se generalize e com isso a economia do mundo todo comece a sofrer. Combustível mais caro encarece os produtos transportados por ele.
Além disso, guerras afetam o comportamento humano não apenas das pessoas que estão dentro do conflito, mas até mesmo que estão fora dele.
Lembro-me do Papa Bento XVI que, ao visitar Auschwitz e viu as atrocidades que lá foram cometidas, indagou“ Onde estava Deus?” Vejam bem, era um papa falando, justamente ele que é o Pontífice (significa construtor de pontes) encarregado de fazer a ponte entre Deus e os seres humanos.
Ora, se ele estava assim tão perdido e temeroso, o que dizer dos simples humanos que veem suas casas caírem pelas bombas, seus familiares morrendo, enfim, veem que a vida de tantos se vai sem nenhum sentido para isso.
É o que acabam pensando? Por quê? Onde está Deus hoje, já que por lá, onde o conflito existe, Jesus deu passos e mais passos naquele chão, pregando a sua mensagem de amor “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amo”.
Chega a ser desanimador. Perguntamos a todo instante, o porquê desta ausência de Deus, tal como expressou Bento XVI, permitindo que a insanidade domine os seres humanos, e enquanto refletimos, buscamos respostas na fé, as bombas continuam caindo e pessoas morrendo.
De outro lado, muitos contabilizando lucros com venda de armamento, bolando estratégias para matar mais e mais, e com isso vencer um conflito a troco de quê? Dominação territorial?
O ódio, depois que se instala, destila o fel venenoso que incita à violência, e esta gera mais violência, num ciclo interminável de agressões sem limites. E no final, vem os discursos da paz que foi conseguida pela violência. É racional isso?
Seja como for, no caso da Palestina, se mais players entrarem no conflito, podemos usar a máxima que dá título a este artigo.
Isto porque, mais países são mais pessoas e mais armas que vão acabar com mais vidas de mais inocentes, gerando um amargo sentimento de retaliação, interminável, e as gerações se multiplicam sem que haja possibilidade de paz.
Sem dúvida, quanto mais… pior.
Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão
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