Região chama atenção para vacina contra paralisia infantil

Cidades da Baixada Santista mantêm até a próxima segunda-feira campanha de vacinação contra a poliomielite (paralisia infantil). A medida segue o calendário nacional de imunização contra a doença, declarada erradicada no País em 1994, mas sob risco de surto caso os índices de proteção permaneçam baixos.

O objetivo da campanha é atingir pelo menos 95% de cobertura vacinal. Porém, entre as prefeituras da região nenhuma atingiu 80%. A neurologista infantil Maria Lúcia Leal, que atua na Casa da Esperança de Santos, explica que existem três cepas do vírus da poliomielite. Ele se aloja no intestino e não afeta a penas crianças.

“Qualquer pessoa não vacinada pode ter (poliomielite). É um vírus que se aloja no intestino e pode ser eliminado pelas fezes, contaminando a água — que, se ingerida, pode acarretar a contaminação por vírus alojados na garganta. A pólio pode ser transmitida também por saliva, tosse e espirro”, orienta.

A especialista lembra que, se não houver condições sanitárias nem higiene na hora de comer e manipular alimentos, há o risco de uma contaminação em larga escala, como ocorreu na década de 1930 em Santos. “O fator complicador disso é que temos duas formas da doença: uma é a subclínica, em que o paciente não tem nenhum sintoma e transmite o vírus para outras pessoas sem saber. Porque não tem dor de cabeça, febre, não tem nada. Isso é um perigo.”

Quando os sintomas aparecem, são similares aos de uma gripe comum: febre e dores de cabeça e no corpo. Com isso, pessoas transmitem a doença sem saber que estão com o vírus no organismo. Na forma mais grave, que atinge um terço dos pacientes, há a possibilidade da paralisia irreversível, que pode atingir a musculatura respiratória e levar à morte.

A Secretaria de Saúde de Guarujá informou que se aplicaram 15.759 doses no ano passado, em crianças de até 6 anos. Não se forneceram dados deste ano. A campanha ocorre nas 15 Usafas e em cinco UBS.

Com informações do Jornal A Tribuna