Relatos apontam para queda de fios de cabelo pós-covid-19

Queda pode surgir semanas ou meses após a infecção- /crédito: Reprodução

Com cuidados redobrados estamos retomando a vida normal, ou pelo menos tentando. Entre as minhas ‘retomadas’ na vida, estão as visitas ao meu salão de beleza favorito, o Studio Prieto Hair, das minhas amigas Pamela Prieto e Cléo Almeida (elas mandam muito bem!). E foi lá que eu escolhi o assunto desta semana: a queda de cabelo pós-COVID-19. Você conhece este sintoma? Qual o motivo do novo coronavírus fazer cair o cabelo?

Ao longo das minhas idas ao salão escutei de clientes relatos recorrentes sobre a queda dos fios após a doença. Ao relatarem o problema reparei uma unanimidade. Quase todas as histórias apontavam para a mesma conclusão: “deve ser falta da vitamina D”.

— Leia também: Justiça dá okay para Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá em processo no STJ

Dá até para entender a relação, visto a popularidade que o suplemento vem tomando nos últimos tempos. A literatura pseudocientífica (aquela baseada em fatos científicos, mas sem a aplicação de métodos científicos) tem divulgado uma onda de novas publicações sobre a vitamina D.

Segundo dermatologistas, a falta de vitamina D, por si só, não é o suficiente para determinar um quadro de queda de cabelo. Mas, a falta de vitamina D pode estar associada à contaminação, já que a escassez desse nutriente pode deixar o corpo vulnerável.

A carência do nutriente pode influenciar de alguma maneira à queda. Atualmente, a vitamina D é vista não apenas como responsável por um esqueleto funcional, mas também está associada a doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e vários tipos de câncer.

CIÊNCIA RELACIONA QUEDA À COVID, MESES APÓS DA INFECÇÃO
Segundo Paulo Criado, coordenador do departamento de medicina interna da Sociedade Brasileira de Dermatologia, “há pelo menos sete estudos acadêmicos que abordam a ligação entre a queda de cabelo acentuada e covid-19, mas as causas, a duração e os tratamentos ainda não estão muito claros”, relatou o coordenador à BBC News Brasil no mês passado.

Os casos em que acontecem a queda ilustram situações que podem aparecer em 25% dos pacientes com a chamada covid-19 persistente, ou covid longa. Nesses casos, a condição de saúde do doente pode durar semanas ou meses depois do início da infecção e, nesse período, desenvolvem sintomas não necessariamente iguais aos que a pessoa teve antes.

“No momento, não temos uma imagem clara do que está acontecendo. Se o coronavírus serve de gatilho para quem já tem predisposição genética de desenvolver alopecia areata, que é uma doença capilar associada a uma reação autoimune, ou se isso está ligado a algum fator desconhecido ou, ainda, ao estresse em torno da covid-19, no caso de pessoas sem essa predisposição genética”, afirma o dermatologista.

“Problemas emocionais, doenças infecciosas ou autoimunes podem causar queda de cabelo de diversos tipos”, reflete Criado.

SOLUÇÃO PARA AMENIZAR A QUEDA CAPILAR?

Recomendação é para não deixar de lavar e pentear os fios. Crédito/Reprodução

Em primeiro lugar, é importante frisar: a queda é temporária! Tenha paciência. “O fio é recuperado, mas com um atraso de três a seis meses”, avisa Leila Block, dermatologista em São Paulo. Enquanto isso, nada de relaxar na lavagem do cabelo, por mais que ele caía durante a limpeza. “Oriento lavar todo dia e usar xampu de controle de oleosidade”, ensina a dermatologista.

Sempre busque um especialista no assunto. Além de indicar as melhores práticas, o profissional irá se certificar de que não há outra disfunção capilar envolvida ou qualquer fator capaz de agravar esse distúrbio do ciclo. Assim, evita-se uma queda maior e mais duradoura.

Embora estejamos há quase um ano e meio convivendo com a doença, especialistas afirmam que ainda é cedo para precisar a duração da perda de cabelo. Mas, que volta ao normal, volta.

“E há tratamentos para ajudar o cabelo a crescer mais rápido. Podemos indicar loções, xampus, vitaminas, nutracêuticos e até medicamentos”, acrescenta Leila.

MUITO ALÉM DOS SINTOMAS GRIPAIS

O dia a dia da convivência dos especialistas com pacientes em todos os níveis da doença, mostra que os sintomas vão muito além dos gripais, como cansaço extremo, problemas de memória, dores nas articulações e erupções na pele.

Em pesquisa recente nas universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia, que analisaram dezenas de estudos sobre a Covid, com 48 mil pacientes ao todo, os cinco sintomas mais comuns da covid prolongada são fadiga (58%), dor de cabeça (44%), dificuldade de atenção (27%), perda de cabelo (25%) e falta de ar (24%).

NO SALÃO…
Então, lá no Studio Prieto Hair, onde eu comentei que frequento no início da conversa, Pamela e Cléo já elaboraram um tratamento semanal para as clientes que reclamam da queda. “Usamos um shampoo dermatológico adequado e tônicos, que fazem o crescimento acontecer saudável”, afirma Pamela. Se você está passando por isso entra em contato com elas pelo telefone (13) 98168-0342. E, procure um dermatologista.