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“Saco cheio”
A campanha existe para se mexer nos números, isto é, mudar a posição dos candidatos nas pesquisas que são feitas.
São as ideias, a personalidade de cada concorrente, simpatia, confiança, os projetos a serem implantados que fazem o povo acreditar num melhor amanhã.
Por isso, campanhas que começam cedo demais acabam trazendo ao eleitor um sentido de “saco cheio” de política. Os noticiários das TVs vêm caminhando para este fim. A Globo News e a CNN se esmeram em buscar , a cada momento, uma informação “novíssima” sobre os rumos da ação política, os conchavos, enfim , algo que a emissora rival não sabe ainda.
Os comentaristas sim , são os grandes conhecedores dos fatos, fazem prognósticos, e uma infinidade de jornalistas se tornaram do dia para a noite “experts” em eleição.
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Deste forma, os fatos que correm nos bastidores, os quais antigamente serviam para mudar o rumo dos números, ou trazer surpresas no processo eleitoral, tornando a disputa algo mais emocionante, vibrante, um “happening”, são rapidamente assimilados e as campanhas deixam se de ser interessantes para se tornarem um marasmo, um mesmo do mesmo, onde nada é surpreendentemente novo que muda tão rapidamente e que não dá não dá nem mesmo para ser digerido ou pensado pelo eleitor porque um num “novo novo” fato já se apresenta.
Este ritmo alucinante de campanha vai trocando a discussão das ideias pelas “sub-ideias” que correm nos meandros das articulações, onde alianças, condutas, aproximações são mais importantes do que programas de governo.
Tomara que com a chegada do horário político da TV, quando as conversas dos candidatos deixam de ser entre si e passam a ser com o povo, as coisas melhorem. Hoje, as ações de governo são todas voltadas ao processo eleitoral, por isso, as mudanças o preço dos combustíveis, da energia, do gás, tem data marcada, 31 de dezembro deste ano.
Após isso, tudo mudará e se a vida está difícil poderá ficar ainda mais dura, porque muitas das benesses, das tais caixinhas de bondade, que governadores e o planalto prometem serão substituídas pelos duro sacrifício de lutarmos juntos para fazer o Brasil não sucumbir, mesmo com fortuna desperdiçada nas mãos do candidatos que concorrem com nosso dinheiro para depois serem pagos por mais dinheiro nosso. Uma vergonha.
Tomara que impere o bom-senso e tudo termine em paz e com um rumo a ser tomado para que nosso país seja o que todos almejamos, com menos sacrifício para o povo que, como se diz há anos sem mudança alguma, somos nós que pagamos a conta, tanto do progresso como do atraso que nossa Pátria vem alternando há longa data. Haja saco !!!
Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante
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