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Síndrome de Down tem data especial na próxima segunda (21)

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No Brasil há cerca de 270 mil pessoas com Síndrome de Down

Na próxima segunda-feira (21), o mundo volta o olhar para as pessoas com Síndrome de Down. Nesta data é comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down (SD), com o objetivo de celebrar a vida das pessoas portadoras, disseminando informações e promovendo ações que garantam, cada vez mais, a inclusão de todos na sociedade.

A SD é uma alteração genética no par 21 de cromossomos, onde há triplicação (trissomia) do 21º cromossomo que causa a síndrome. É por esse motivo que a data escolhida foi 21 de março, ou seja, 21/03.

Diversas ações presenciais e virtuais estão programadas em cidades de todo o Brasil, com palestras em escolas, bate papos em locais públicos e privados, exposições artísticas e literárias de portadores da síndrome, desfiles, entre outras ações.

A coluna Entre Sons e Tons entra nesse engajamento, trazendo esclarecimentos sobre essa situação humana, para te impressionar sobre a força e a sensibilidade que existe dentro de uma pessoa com Down.

Down não é uma doença, mas uma condição genética

O mais importante é esclarecer que a Síndrome de Down não é uma doença, mas uma condição genética inerente à pessoa. No entanto, essa condição está associada a algumas questões de saúde que devem ser observadas desde o nascimento da criança. Essa informação é fundamental para combater o preconceito e promover a conscientização sobre o assunto.

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Segundo a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, a condição representa aproximadamente 25% de todos os casos de atraso intelectual no País, traço presente em todas as pessoas com a síndrome. No Brasil, há cerca de 1 em cada 700 nascimentos, totalizando aproximadamente 270 mil pessoas com SD.

Dentre as características estão: olhos amendoados, raiz nasal achatada, hipotonia (flacidez muscular), mãos pequenas e dedos curtos, e maior propensão ao desenvolvimento de algumas doenças (condições cardíacas congênitas, refluxo, problemas de tireoide, otites crônicas, apneia do sono).

Em geral, nas crianças com Down o seu desenvolvimento físico, mental e intelectual pode ser mais lento do que o de outras crianças da sua idade.

Segundo Danielle H. Admoni, psiquiatra na Escola Paulista de Medicina UNIFESP e especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), há um conjunto de alterações relacionadas à SD que exigem atenção e demandam exames específicos para sua identificação.

“Para proporcionar melhor qualidade de vida, são feitos programas de intervenção precoce com equipes de terapeutas e educadores especiais”, afirma Danielle Admoni.

Estímulos e incentivos ajudam no progresso intelectual

Não há relação entre as características físicas e um maior ou menor comprometimento intelectual. O desenvolvimento dos indivíduos está intimamente relacionado aos estímulos e aos incentivos que recebem, especialmente, nos primeiros anos de vida, e com a genética.

Segundo Danielle, as pessoas com SD precisam ser estimuladas desde o nascimento para que tenham capacidade de superar as limitações que essa alteração genética impõe.

“É essencial descobrir meios de promover o desenvolvimento das capacidades pessoais do portador de Down e avançar seus níveis de realização e autonomia. Importante também saber que ele é capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar.

O objetivo deve ser sempre habilitá-las para ocupar um lugar próprio, garantindo convívio e participação na sociedade”, finaliza Danielle Admoni Danielle.

Ângelo é exemplo de superação e inteligência emocional

Na foto, Ângelo Vescovi com sua mãe Edna e a amiga Heloisa, com a Tocha Olímpica, que ele foi convocado para revezar na passagem do equipamento pelo Guarujá.

 

“Eu sinto amor e gratidão pelo Dia da Síndrome de Down. É importante que crianças que tenham Síndrome de Down tenham suas habilidades de se expressar estimuladas. E isso é uma coisa que todos precisam ter, não só os Downs”, afirma Ângelo Vescovi, que teve (e tem) na sua família todo o encorajamento e o incentivo para se desenvolver plena e intelectualmente.

Ângelo é morador de Guarujá, já recebeu moção honrosa da Câmara Municipal de Guarujá, e é um leitor diário de jornais nacionais. Está por dentro de todos os assuntos políticos, esportivos e culturais do momento. E gosta de conversar sobre todos os assuntos, com seus coerentes argumentos.

Foi ele quem me escreveu no início da semana lembrando da importância da data especial da próxima segunda-feira (21). “A mídia precisa falar mais da Síndrome de Down, para diminuir o preconceito”, lembrou-me meu amigo Ângelo.

Ângelo me repetiu diversas vezes sobre a importância de mostrar para aqueles que não conhecem a SD, que ela não é impedimento para o desenvolvimento das pessoas: “Veja a filha do Romário, por exemplo, ela é exemplo para todo mundo, independente do Down”, lembra Ângelo.

Você lembra do episódio? Ivy Faria, filha de Romário, rebateu em suas redes sociais, em agosto de 2021, um pronunciamento infeliz do então Ministro da Educação, Milton Ribeiro, que se posicionava contra a política de inclusão nas escolas regulares.

Para a menina, com 16 anos, portadora de SD a convivência das diferenças é muito positiva: “não é ruim, muito pelo contrário, desde a escola, meus coleguinhas aprendem uma lição que parece que o Sr. não teve a oportunidade de aprender: a diversidade faz parte da natureza humana e isso é uma riqueza.

A fala do senhor revela muita falta de educação”, esclareceu Ivy.

Dedico essa coluna aos Ângelos e Ivys espalhados por esse País, e aos seus familiares e educadores, com o objetivo de esclarecer que basta compaixão, empatia e apoio para que todos tenham a oportunidade de se desenvolverem de maneira igual, cada uma no seu tempo. Síndrome de Down não é doença!

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