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novembro

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Sobrevivendo

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Reprodução/web

Em meio a 33 milhões de brasileiros que passam fome, as articulações para as eleições de 22 estão chegando a um ponto crítico.

Não está fácil a composição da 3ª. via, mesmo com partidos pesados se unindo e isto se deve ao fato de que, além do interesse dos candidato à presidência, existe o interesse individual dos candidatos à Câmara Federal, ao Senado e à Assembleia Legislativa.

Isto quer dizer que candidatos irão por caminhos conforme seus interesses, mesmo que seu partido vá por outros interesses.

Esta situação é resultado de uma total falta de consciência partidária que sempre norteou a política brasileira. Nos EUA, por exemplo, temos os partidos Democratas e os Republicanos (há alguns outros partidos nanicos que não contam nada) e os eleitores, principalmente os que se candidatam, se agrupam em suas siglas partidárias afins e seguem com elas. Porque partido é uma questão de ideologia, esforço conjunto e coincidência de ideais.

Aqui não. A campanha do “eu por mim, o resto que f…” existe de forma preponderante. Candidatos a deputado, estadual e federal, ou senadores, caminham como mariposas, traças, vaga-lumes, moscas, mosquitos e outros insetos voadores que vão para a luz da possibilidade de vitória sem se importar com nada mais além de si mesmos.

Alguns, até podem morrer de exaustão enquanto circulam ao redor das lâmpadas e podem acabar queimando suas asas quando entram em contato com esta fonte de calor luminosa, a qual, às vezes é ilusória e enganosa. Haja vista os voos do Dr. Sérgio Moro.

Desta forma, as questões sociais onde nosso país requer respostas acabam ficando “para um depois” que nunca chega, porque os interesses são sempre muitos.

Acabar com a fome no Brasil é uma preocupação antiga. Todos lembram da campanha do Betinho – “quem tem fome, tem pressa” – mas que caminhou lentamente. Desta forma , acabar com a fome do nosso povo tem dependido de uma infinidade de brasileiros que unem seus esforços para ajudar os famintos que batem às portas da sociedade e da política. A sociedade ouve e responde com ações sociais, mas os políticos são surdos, ouvem apenas as suas próprias vozes.

As ONGs existem e tentam suprir aquilo que seria do governo fazer. As cestas básicas são montadas em várias cidades do país, e distribuídas, o que tem ajudado, sobretudo as crianças, que com o estômago implorando comida, muitas vezes comem apenas à noite um pedaço de pão amanhecido.

Mas como se diz nas ruas, “sou brasileiro, não desisto nunca”. Sei que não soluciona nada, mas é um consolo, por isso é continuar acreditando, lutando, sobrevivendo. Afinal, há algum tempo esta tem sido a sina dos brasileiros.

Sérgio Motti Trombelli é professor universitário e palestrante

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