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Terminais em Guarujá movimentam 55 milhões de toneladas em 2020

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Número corresponde a 35% de toda a movimentação do complexo portuário da Baixada Santista, com arrecadação de R$ 95 milhões; Prefeitura de Guarujá planeja ações para impulsionar ainda mais o setor

Classificada como serviço essencial, a atividade portuária não parou durante a pandemia do novo coronavírus. Em um ano conturbado, que tinha tudo para afetar drasticamente o setor, a margem esquerda do complexo portuário da Baixada Santista, em Guarujá, movimentou cerca de 55 milhões de toneladas em 2020, correspondendo a 35% da movimentação de todo o Porto – que completa 129 anos no próximo dia 2.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Portuário (Sedep), foram arrecadados R$ 95 milhões com serviços portuários, representando 65% de todo o Imposto Sobre Serviços (ISS) recolhido no Município, o que é motivo de comemoração. E a expectativa é que a marca seja superada neste ano.

O tributo é utilizado para suprir carências em diferentes segmentos da Administração, como, por exemplo, em obras de infraestrutura viária. “Essa taxa se tornou ainda mais importante frente às incertezas despontadas pela pandemia na esfera econômica”, pontua o diretor municipal de Desenvolvimento Portuário e Logístico.

Na Cidade, há nove terminais portuários e 13 terminais retroportuários em plena operação. Segundo o diretor, os terminais de granéis (milho, soja, açúcar) e os contêineres foram o que mais movimentaram durante o último ano.

“Guarujá faz parte dessa história. Mais de 5 mil empregos são gerados por meio das atividades portuárias. Por aqui também passa o Brasil, daí a nossa expectativa com a expansão do complexo. Temos espaços significativos que, dentro de um projeto conjunto entre a habitação e a iniciativa privada, vão melhorar a qualidade de vida de pessoas que vivem em condições subnormais”, afirma o prefeito de Guarujá.

Expansão portuária

As obras de ampliação do cais da empresa Santos Brasil, maior operadora de contêineres da América Latina, vão potencializar a capacidade operacional do terminal. Serão mais 220 metros de cais agregados aos atuais 980 do Tecon e 310 metros do Terminal de Veículos (TEV). Com isso, a operadora poderá receber, simultaneamente, até três navios da nova geração Panamax, construídos com 366 de comprimento.

Outra etapa deste processo será efetivada após a Prefeitura firmar convênio com a Autoridade Portuária de Santos (APS), para viabilizar a remoção de aproximadamente 1.600 famílias que vivem na Comunidade Prainha, em Vicente de Carvalho. Conforme consta no Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto, esta área já está destinada para a expansão.

“Estamos com 70% do acordo definido, faltando alguns detalhes. As intervenções vão estimular significativamente a movimentação de carga geral no Município, o que afeta positivamente nossa arrecadação”, conclui o diretor.

Desde o ano passado, a Prefeitura vem trabalhando na remoção das moradias. Pouco mais de 280 famílias, que estavam próximas a linha férrea, já foram removidas. A retirada aconteceu graças a uma parceria entre a MRS Logística e o Município, que agilizou a construção de moradias no Conjunto Habitacional Parque da Montanha, na Vila Edna.

Operações retroportuárias

Nos planos da Administração também está a amplificação da operação nos terminais retroportuários. Uma área de 4,5 milhões de metros quadrados de propriedade privada, localizada em Vicente de Carvalho, foi mapeada para essa finalidade. Para sair do papel, a Prefeitura vai trabalhar na intermediação entre investidores e proprietários.

Novas oportunidades de emprego serão geradas com o retorno das atividades no terminal retroportuário S. Magalhães & Essemaga, que fica às margens da Rodovia Cônego Domênico Rangoni. A previsão é que as operações sejam iniciadas ainda este ano.

Com as instalações da Lechman Terminais, em 2019, mais de 110 colaboradores diretos foram admitidos. De acordo com o diretor da empresa, Altamir José Nahn Lechman, 91% dos funcionários são moradores locais. “Adotamos uma política de empregar quem mora em Guarujá. São 113 colaboradores diretos, fora os terceirizados e motoristas agregados”, frisa.

O diretor comenta ainda que, ao contrário do que se esperava, as operações da empresa se mantiveram em nível regular no último ano. “Tivemos uma média de 9 mil contêineres movimentados por mês. Fechamos com 100 mil movimentações e esperamos que em 2021 aumentemos em 20 mil”, finaliza.

Lechman celebra também a aquisição de uma área de 30 mil metros quadrados, que vai começar a operar em março. Com isso, a empresa terá 115 mil metros quadrados para executar suas atividades, possibilitando a oferta de novas vagas.

Avenida Perimetral

A retomada da 2ª fase das obras da Avenida Perimetral está entre as prioridades da Administração. As intervenções vão melhorar o trânsito, segregando definitivamente o fluxo portuário do urbano. Estima-se que 3 mil caminhões circulem diariamente na Cidade.

O projeto, financiado pela APS, abrange a própria avenida, viadutos sobre a rodovia e a Avenida Santos Dumont; além de novas calçadas, passarelas para pedestres e ciclovia. De acordo com a Sedep, esta fase envolve, em sua totalidade, 30 mil metros quadrados de construção.

Pátio de caminhões

Atualmente, o Município está em tratativas com a APS para atender uma antiga reivindicação de moradores que trabalham com transporte de carga, que é a criação de um estacionamento para caminhões. As negociações indicam que a APS disponibilize uma área que fica nas proximidades do Sítio Conceiçãozinha. “Em Guarujá, cidade e porto andam, cada vez mais, de mãos dadas. É nossa meta melhor cada vez mais essa relação”, finaliza o prefeito.

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