Tudo se repete, e daí?

Meus amigos leitores, tudo se repete neste país, e a pergunta que fica no ar é essa mesma, e daí?
As chuvas novamente mostram a fragilidade da ação governamental. Das últimas águas para estas, o que funcionou foram apenas as sirenes, avisando que vinha temporal. E daí, o que fazer? Fugir das águas, repetindo o de antes.

Barreiras continuam caindo nas estradas, e daí? Fecham-se as rodovias como é de costume.

Os desabrigados de antes, somam-se aos desabrigados de hoje, e daí? São apenas desabrigados a mais, contudo, as soluções não vieram, e agora, pioram os problemas, e daí?

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Brumadinho contina sem solução e os prejuízos estão parados no tempo, mas a grana ainda está no bolso dos culpados. As vítimas, e daí?

Em Brasília, a boca de deputados e senadores aumenta, e os recursos do governo – nossos recursos de trabalho e impostos – somem para atender políticos. E daí?

Lira comanda o país, Lula fala que é preciso conversar, mas todos estão se comunicando sobre apenas o que lhes interessa e não escutam ninguém, nem mesmo o clamor popular. E daí?

Cada deputado já tem garantido pelo orçamento do governo neste 2024, 38 bi para atendimentos de suas bases eleitorais, e daí?

Do mesmo orçamento, cada senador, tem 70 bi para atendimento de seu estado, e daí?

As reformas, dizem os grandes veículos de comunicação, vão ficar paradas até a eleição no final do ano, e daí?

O custo de vida aumenta, mas os salários, não, e daí? Aliás, esta disparidade é crônica neste patropi, e daí?
Ao redor do mundo, tudo está igual, guerras, genocídios, injustiças, fome. A ONU fala, fala, fala, mas não diz nada, e daí?

Não sei. Há algo de errado neste planeta – e nós dentro dele – que precisa ser corrigido e ninguém tem solução para isso. As pessoas agem como se não houvesse amanhã, como só o interesse imediato fosse importante.

Não há mais ética, piedade pelos semelhantes, parcimônia na avidez pela riqueza, enfim, a espiritualidade do ser parece que já foi embora, cansada de tanto desprezo.

Dizem que neste 2024 haverá apagão por conta das explosões do Sol. Em alguns países pessoas estão estocando comida e comprando geradores movidos a óleo diesel.

A duração do escuro pode ser de um dia, uma semana, ou mais. Caso ocorra mesmo, vai ser caótico. E daí, quem sabe o que virá?

Outros estão fazendo bunkers subterrâneos, porque acreditam que é o armagedon chegando. Doideira? Quem sabe?

Por isso, tudo isso que estou escrevendo não representa nada frente aos fatos. É apenas um desabafo de quem nada pode fazer frente à grandiosidade do mundo e seus problemas.

Por isso, prefiro calar, e esperançosamente torcer que algo melhor venha nos salvar deste caos e então, finalmente daí … daí … daí… (sei lá!)

Sérgio Motti Trombelli
é professor universitário e palestrante cristão.