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Guarujá em Foco

Turismo e comércio no Centro sofrem com pequena ‘cracolândia’

Publicado

em

Da Reportagem
Karina Mingarelli

Moradores e comerciantes no Centro de Guarujá, mais especificamente na região da Praça Brigadeiro Faria Lima, final da Rua Washington nas Pitangueiras, vem alertando as autoridades locais sobre a crescente população de indivíduos que frequentam o local para consumir drogas e bebidas alcoólicas.

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Na região, há supermercado, hotéis, pousadas e comércios em geral, além da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social, local preferido pelos usuários para instalar o ‘acampamento’.

“A qualquer hora do dia, mas é mais frequente à noite”, conta uma empresária do setor hoteleiro da região. “Sempre houve muitos mendigos por aqui, mas de um ano pra cá, a situação das drogas vem se impondo”.

De acordo com os relatos dos empresários, a situação está ficando insustentável, pois o local tem ficado cada vez mais sujo e barulhento. “Eles tomaram a praça e as laterais do prédio que abriga a Ação Social e ficam consumindo crack e outras drogas, bebidas por ali mesmo. É assim a madrugada toda”, relata a empresária de uma pousada e cafeteria na região.

Outros empresários relatam que tanto a prefeitura de Guarujá, quanto as forças de segurança tem ciência do problema, mas não fazem nada para resolução. “É uma área de forte apelo turístico, perto da praia, e vemos uma cracolândia se formando a cada dia sem poder fazer nada”.

Eles defendem que essas pessoas precisam de assistência social e de tratamento, mas que não podem permanecer no local. “A prefeitura vem com a Polícia, faz a limpeza e lavagem da área, porque o cheiro fica insuportável, e quando viram as costas, eles retornam. Desta vez, para um ambiente limpo o qual vão voltar a degradar”.

As associações representativas do comércio e hoteleira da cidade vem solicitando reuniões com as autoridades em busca de solução. A Associação Comercial e Empresarial de Guarujá encaminhou no último dia 02 de abril, ofício ao prefeito Válter Suman, relatando a situação e solicitando providências.

“Essa situação tem causado inúmeros impactos negativos àqueles que empreendem em nossa cidade, desde a redução da segurança aos comerciantes, funcionários e clientes, bem como ao aumento significativo de custos com contratação de segurança privada”, diz o documento.

A associação ainda destaca que a presença dos “moradores de rua”, que utilizam a região não apenas para pernoite, mas também “como banheiros e sanitários”, onera “aos comerciantes e empresários, constante e diária limpeza, além de afastar os clientes”.

O outra consequência da concentração dessas pessoas no local, relatados por hóspedes e clientes das empresas locais se refere à segurança. “Muitos destes moradores tem se valido de ‘atividades informais’ como ‘guardadores de carro’, atuando nas ruas e vias públicas municipais, não raro coagindo e ameaçando aqueles que estacionam os seus veículos a arcarem com pagamento exigidos por tais “guardadores”, sob pena de terem os seus veículos danificados ou depredados, caso assim não façam”.

O empresário e diretor da Aceg, Henrique Leone, aponta que “as situações ocorrem diariamente, sem que haja efetiva e necessária intervenção por parte da municipalidade, denegrindo, sobretudo, a imagem de nossa cidade como destino turismo, vez que diversas pessoas deixam de retornar à cidade por conta dessas inusitadas situações”.

O documento cobra, em nome dos empresários e comerciantes da cidade, com apoio do trade hoteleiro e turístico, que “a administração pública municipal tome medidas urgentes, efetivas, necessárias e duradouras, para solucionar a questão e evitar que o empresariado local, que gera arrecadação e empregos, permaneça com as suas atividades diretamente impactadas por esta situação”.

“Me sinto impotente. A prefeitura na última reunião disse que nada pode fazer porque o Ministério Público (MP) diz que não cabe ao município. O MP não faz nada porque a prefeitura não provoca uma solução. E nós, que investimos na cidade, que pagamos um dos IPTU’s mais caros do país, que movimentamos o turismo e a arrecadação da cidade temos o direito do que?”, questionou um empresário.

Prefeitura responde

A reportagem questionou a prefeitura de Guarujá sobre o impedimento junto ao MP e solicitou nota de esclarecimento sobre as ações realizadas no local para solucionar o problema.

Por meio de sua Assessoria de Imprensa, informa que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Assistência Social e a Secretaria de Saúde possuem serviços e equipes específicas para o atendimento especializado às pessoas em situação de rua e que realiza abordagens periódicas em diversos pontos do Município, inclusive no local citado.

No entanto, não especifica na nota quais ações foram realizadas de fato na região para minimizar o problema, afirmando que “o aumento expressivo de pessoas em situação de rua é uma realidade nacional, principalmente no contexto pós-pandêmico”.

Sobre a questão de impedimento apresentada aos empresários, nada informou.

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