Estância do Leitor
Um debate urgente ou apenas protocolo?
As audiências públicas sobre a construção do tão aguardado túnel Santos-Guarujá, previstas para outubro, são, sem dúvida, um passo importante em um projeto que há décadas se arrasta sem soluções concretas.
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Esperado há quase 100 anos, o túnel promete uma revolução na mobilidade entre as duas cidades, com impacto direto não apenas para a comunidade local, mas também para a economia da Baixada Santista e o porto de Santos, o maior da América Latina.
No entanto, uma questão surge inevitavelmente: essas audiências realmente darão voz às preocupações da população, ou serão meramente protocolares, um cumprimento burocrático que faz parte de um projeto já decidido? Qual será o real efeito na biodiversidade da região?
Esses são temas que merecem atenção profunda, e não apenas uma resposta superficial para apressar o processo de licitação. Prova de que ainda falta informação, o assunto da cava subaquática sempre surge em relação às obras. E as desapropriações?
É imperativo que as audiências públicas de outubro sejam um espaço genuíno de debate e não apenas um formalismo para avançar no cronograma. As vozes da população, especialistas ambientais e urbanistas precisam ser ouvidas, e suas preocupações devidamente consideradas antes que a obra seja irreversivelmente iniciada.
Caso contrário, corremos o risco de ver um projeto monumental ser concretizado sem o devido cuidado com o futuro da região, o que, infelizmente, já é um padrão nas grandes obras públicas do Brasil.
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