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Usuários das barcas temem acidente com flutuante

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Usuários denunciam as más condições das estruturas do acesso ao atracadouro da travessia de lanchas entre Vicente de Carvalho e Santos;  temor é que estrutura ceda devido a superlotação de pessoas na ponte enquanto aguardam o embarque

Tatiana Macedo
Da Reportagem

A nossa reportagem esteve nesta semana nas dependências do atracadouro que realiza a travessia Santos/Vicente Carvalho para apurar denúncias de um leitor que utiliza o serviço diariamente e alertou sobre o estado de degradação do local e a falta de manutenção no local.

Segundo a informação do leitor, que enviou fotos do estado precário na ponte de acesso ao embarque do lado de Vicente de Carvalho, o equipamento apresenta muita ferrugem nas barras estruturais da ponte, o que causa apreensão dos usuários sobre a uma possível ocorrência de acidente, como aconteceu na travessia de carros entre Guarujá e Bertioga.

A preocupação é válida, especialmente considerando que cerca de 15 mil pessoas passam por dia no terminal. Hoje, o serviço realizado é de responsabilidade do Departamento Hidroviário de São Paulo (antigo Dersa), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Logística e Transporte.

No local, a reportagem conversou com usuários e constatou que, em sua maioria, não estão satisfeitos com o serviço. “Nos últimos meses eu usei essa travessia com frequência para ir ao médico, em Santos. Sinceramente é muito precária a acomodação”, afirma a dona de casa Izabel Brasil, que falou com a gente de pé, segurando seu filho de seis meses no colo.

“O saguão é um horror, uma sujeira danada, umidade, infiltração pra todo lado. Só olhar em volta”, disse Izabel, apontando para as paredes escuras na entrada da bilheteria.

O casal Larissa de Oliveira Rangel e Jordan Webster, moradores de Guarujá, disseram depender da travessia diariamente para atendimento médico do outro lado do canal, em Santos.

“Eu tenho que ir na fisioterapia todo dia e o tempo de embarque me deixar nervosa, porque é muito curto e eu fico até com medo de não dar tempo para embarcar na balsa, e perder hora da consulta”, disse Larissa, que tem dificuldade de locomoção. Webster leva Larissa, a esposa, de bicicleta ao médico diariamente.

Webster destaca a precariedade de acessibilidade nas balsas e no embarque. “A estrutura é bem ruim. É algo que poderia oferecer mais segurança e comodidade. Algumas balsas têm escada na entrada e somente quatro lugares para deficientes. E, em muitos dias, tem mais gente que precisa de lugares especiais como a minha esposa. Fica difícil”, conclui.

DH diz que licitação para melhorias foi concluída neste mês

A nossa reportagem entrou em contato com a Secretaria de Logística e Transportes do Estado de SP, que através de nota do Departamento Hidroviário (DH), informa que concluiu em julho o projeto executivo para substituição completa das estruturas da travessia Santos/Vicente de Carvalho, que prevê a modernização de todo o atracadouro.

O DH destaca ainda que estima para agosto a publicação do edital para a contratação das obras.

Ainda nas dependências do atracadouro de Vicente de Carvalho, questionamos para um funcionário como e quando são feitas as manutenções dos equipamentos. Ele declarou que não está autorizado a responder. Webster, que passa por ali todos os dias afirmou: “Nunca vi manutenção por aqui!”.

Já o DH afirma que equipes de manutenção vistoriam e atuam diariamente em todas as estruturas de embarque e desembarque, para garantir o acesso seguro de todos os usuários.

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