Rota do Café em Santos pode se tornar patrimônio mundialA Estação do Valongo já foi responsável pela movimentação de milhões de sacas de café para os mercados globais, atualmente é um dos principais locais de revitalização do patrimônio portuário da cidade. Foto: Emilio Pechini

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Rota do Café em Santos pode se tornar patrimônio mundial

Um grupo formado por profissionais especializados em patrimônio cultural, autoridades governamentais e pesquisadores está se organizando para expor um dos projetos mais audaciosos de valorização patrimonial do Brasil: a Rota do Café do estado de São Paulo.

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Sendo assim, o Fórum Internacional do Patrimônio Cultural Brasil-Portugal que acontecerá do dia 22 ao 24 de maio de 2025, na Universidade de Aveiro  em Portugal, servirá como cenário para a apresentação dessa proposta, fundamentada em um amplo inventário que destaca a abundância histórica, cultural e econômica do circuito cafeeiro paulista por meio de um painel dentro do evento onde o grupo apresentará com base no artigo intitulado A Rota do Café no Estado de São Paulo: Paisagem Cultural e Patrimônio Histórico escrito pelo Historiador Danilo Nunes em parceria com a Professora Arquiteta PhD  Maria Rita Amoroso e com o Advogado Fabio Picarelli.

A missão tem um objetivo claro: consolidar o reconhecimento internacional da Rota do Café, com foco em três pontos estratégicos fundamentais para essa narrativa – as fazendas históricas de Campinas, a Vila de Paranapiacaba e a Estação do Valongo, em Santos.

Os bens históricos e arquitetônicos da Rota do Café demonstram a magnitude e a complexidade da cadeia produtiva do café. Em Campinas, fazendas históricas conservam casas amplas, terreiros e tulhas que ainda mantêm viva a lembrança dos tempos gloriosos do ciclo do café .

Santos, por ser conexão final entre as fazendas de café do interior do país e a exportação via mar, concentrou as negociações de café, instituições e estabelecimentos voltados ao comércio do grão. Foto: Raimundo Rosa

Por outro lado, a Vila de Paranapiacaba, edificada pela São Paulo Railway para ligar a produção de café ao Porto de Santos, preserva sua paisagem ferroviária e seu urbanismo único. Portanto, evidenciando a influência britânica no Brasil. Fabio Picarelli ressalta que “Paranapiacaba é um caso raro de vila operária ferroviária que se manteve praticamente inalterada ao longo dos anos, sendo um dos principais elos na exportação de café”.

Na cidade de Santos, a Estação do Valongo representa a conclusão deste percurso histórico. O local, outrora responsável pela movimentação de milhões de sacas de café para os mercados globais, atualmente é um dos principais locais de revitalização do patrimônio portuário da cidade.

Valorização cultural – A proposta da Rota do Café para se tornar um Patrimônio Mundial se alinha com uma tendência global de valorização das paisagens culturais ligadas a técnicas tradicionais de produção. A abordagem da delegação brasileira no Fórum Internacional do Patrimônio Cultural Brasil-Portugal é destacar a Rota do Café como um legado que ultrapassa limites geográficos e cuja importância é percebida não somente no Brasil, mas também em um panorama histórico e econômico global.

“Ter a Rota do Café reconhecida como Patrimônio Mundial é uma ação crucial para a valorização e conservação dessa herança, além de possibilitar a implementação de políticas públicas que promovam o turismo cultural e a sustentabilidade nas áreas afetadas,” finaliza Danilo Nunes.

Além disso, a esperança é que as discussões e as conexões feitas ao longo do Fórum reforcem ainda mais o dossiê da candidatura. Desse modo, aproximando o Brasil de um significativo reconhecimento internacional. O café desempenhou um papel fundamental na transformação de paisagens, cidades e até mesmo sociedades. E agora, ele pode finalmente obter o lugar que merece entre os patrimônios mais preciosos da humanidade.

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